Como funciona o Transplante de Menisco

Considerada "a técnica mais difícil dentre todas na especialidade da Cirurgia de Joelho”, o Transplante de Menisco consiste na Reconstrução da anatomia articular através da colocação de um menisco proveniente de um Banco de Tecidos. Os tecidos são preparados e testados.

Esse procedimento complexo já vem sendo realizado ao redor do mundo a cerca de 30 anos com resultados estimuladores quando bem indicados e realizados.

Entenda

Indicado para jovens e adultos de até 50 anos

1

Que apresentam dor na interlinha articular secundária a defiência meniscal ou sinovite intermitente no joelho e com evidência documentada de meniscectomia subtotal ou total prévia.

2

Apresentam estabilidade articular (ou fará a reconstrução ligamentar simultânea).

3

Sem evidência radiográfica de artrose avançada no joelho e sem deformidade angular no membro inferior (que podem ser corrigidos por osteotomia simultânea).

4

Com alteraçãoes precoces até grau I ou grau II da cartilagem articular por sobrecarga

5

Sem apresentar incongruência articular durante a artroscopia.

Taxa de Sucesso

Apesar da complexidade da técnica, os resultados da literatura mundial reportam sucesso em torno de 80% dos casos, com melhora da dor, redução da sinovite de repetição e possivelmente da evolução da artrose (não se sabe ao certo qual seria a evolução individual da artrose no paciente se ele não tivesse realizado o Transplante). As taxas de satisfação do paciente giram em torno de 90%.

90 por cento de satisfação

Como funciona o procedimento

O grande desafio é definir o melhor momento para realizar o Transplante e acreditamos que a linha entre fazer a cirurgia e passar o time correto é muito tênue. A sinovite (inchaço) do joelho após atividades básicas é considerada o melhor sinal que está no momento para se iniciar a programação do Transplante.

O Transplante de Menisco não foi feito para a prática esportiva e atividades profissionais. Atividades que envolvem muitos movimentos de giro e trocas de direção (movimentos do tipo pivô), como Futebol, Basquete e Rugby devem ser desencorajadas pelo risco da lesão no menisco transplantado. Outras atividades como Ciclismo, Corridas, Caminhadas, Musculação, Tênis, Surfe, StandUp, Esqui entre outras, são autorizadas de forma irrestrita após 6 a 8 meses do procedimento, quando o paciente recebe alta completa.

O risco de infecção, rejeição ou transmissão de doenças inferior a 1 caso / 1 milhão (similar ao paciente que recebe uma transfusão sanguínea).

O procedimento está contra-indicado em pacientes com artrose avançada, idade superior a 50 anos, mau alinhamento axial, instabilidade da articulação, artrofibrose (rigidez articular), atrofia muscular severa, infecção articular prévia e pacientes assintomáticos.

Técnica cirúrgica - o menisco previamente mensurado e selecionado para o Transplante é inserido no joelho através de 2 pequenos acessos cirúrgicos, junto com um pequeno bloco ósseo. A cirurgia é toda feita com a colocação de uma câmera filmadora no interior do joelho (Artroscopia). Após fixação do bloco ósseo, o menisco é suturado em toda sua extensão junto a cápsula articular, garantindo estabilidade ao menisco e retorno das funções de absorção do impacto e rolagem da cartilagem sobre ele. Portanto, o Transplante de menisco nada mais é do que uma grande sutura de menisco!

O pós-operatório

O paciente permanece internado por um total de 24 horas, consegue deambular com auxílio de 2 muletas e com carga parcial axial já no primeiro dia de pós-operatório. Utilizamos inicialmente um imobilizador de joelho como proteção (por 3 semanas), que é removido diariamente para a realização dos exercícios e da fisioterapia. A Crioterapia (Gelo) e os exercícios de fortalecimento também se iniciam no primeiro dia de pós-operatório e evoluem de forma progressiva. Após 6 semanas a carga sem muletas é estimulada. Com 3 meses de pós-operatório se iniciam os exercícios com bicicleta estacionária e com 5 meses as corridas. Após seis a oito meses o paciente é autorizado a retornar as atividades esportivas conforme explicado anteriormente.

Transplante de Cartilagem

Em 2015, o Dr. Rodrigo Goes realizou o primeiro Transplante Osteocondral Homólogo Fresco do Estado do Rio de Janeiro (o 2º do Brasil). O procedimento consiste no Transplante de Cartilagem Hialina e Osso de um tecido captado de um doador, testado e preparado em um joelho do paciente receptor. A característica (diferença) desse tipo de transplante é ter o tecido proveniente de um doador cadáver, através de banco de tecidos. Indicados em pacientes com dor, inchaço repetido no joelho ou impossibilidade (ou limitação) para a prática esportiva. A principal vantagem é que não há morbidade ao paciente receptor, já que não é necessário retirar o enxerto de outra área do próprio corpo, e poder reproduzir a anatomia do nosso joelho. Diferente do que acontece com os tendões, ossos e meniscos, que são mantidos congelados até o momento do uso, o Transplante de Cartilagem é fresco, isso significa que foi captado há apenas 15 dias do procedimento, preparado e mantido em meio de conservação enquanto é testado quanto a viabilidade das células condrais (de cartilagem) e para realização dos exames laboratoriais para exclusão das doenças. “Esse procedimento já é uma realidade em muitos locais do mundo. Estamos sempre buscando oferecer o que existe de mais moderno no mundo em Cirurgia do Joelho, por mais difícil e complexo que o procedimento possa parecer”, afirma Dr. Rodrigo Goes.

Transplante de Ligamento

A grande utilidade para requerer um enxerto de tendão para uma cirurgia de Reconstrução de Ligamentos é quando estamos diante de uma Lesão complexa multiligamentar (quando mais de um ligamento deverá ser reconstruído). Outra grande indicação são as cirurgias de Revisão, quando ocorreu falha no procedimento anterior. Como foi dito no Transplante de Cartilagem, a principal vantagem é não haver morbidade ao paciente receptor, já que não é necessário retirar o enxerto de outra área do próprio corpo, e poder reproduzir a anatomia do nosso joelho. Essa pratica é cada vez mais frequente no mundo, e nos Estados Unidos por exemplo, alguns Serviços o têm como primeira escolha.

Sutura de Menisco

No passado, os pacientes que apresentavam quadro de dor no joelho, colocava-se a culpa nos meniscos. Chamavam de “doença do menisco” e indicava-se a cirurgia para “extração” do menisco lesionado por inteiro. O tempo passou, a medicina evoluiu (em especial a Ortopedia com as grandes guerras), estudou-se cada vez mais e concluíram que o menisco não é e nem nunca foi o “vilão” da historia… E sim o “grande salvador”! A principal função do menisco é a absorção do impacto na articulação do joelho, além de atuar na estabilidade, na proteção e nutrição da cartilagem articular e na congruência articular. Portanto, a perda do menisco é trágica para os joelhos. Cada joelho possui dois meniscos, o medial (interno) e o lateral (externo). Eles são fibrocartilagens, com pouca vascularização, inervação e mobilidade. Geralmente as lesões dos meniscos ocorrem após traumas por torção, seja em prática esportiva ou em atividades do dia-a-dia, como, por exemplo, levantar após um simples agachamento. Existem dois grupos de lesões dos meniscos: Traumáticas (após torções e em pacientes jovens) e Degenerativas (mais comum nos pacientes acima dos 45 anos de idade). As Lesões Traumáticas, que possivelmente são candidatas à sutura, dividimos nos seguintes padrões: 1) Longitudinais; 2) Radiais ou Transversais; 3) Horizontais (muitas vezes associadas a cisto parameniscal); e 4) Complexas (quando mais de um tipo dos anteriores está presente). Os principais sintomas da lesão meniscal são dor, que piora com atividade física e agachamento, sinovite / derrame articular (aumento de volume do joelho) e por vezes bloqueio articular. As lesões longitudinais e horizontais, localizadas na zona com maior vascularização (vermelha ou periférica), são as que melhor se enquadram no perfil da sutura e com melhores resultados. A Meniscorrafia (Sutura do Menisco), realizada por artroscopia, é um procedimento cirúrgico realizado por poucos cirurgiões no Brasil e com grande dificuldade técnica, sendo considerada por experientes cirurgiões de joelho como “a técnica mais difícil dentre todas”.

O que é Meniscorrafia?

A técnica de Meniscorrafia tem como objetivo tentar preservar o menisco, tentando “costurá-lo”, diferente da meniscectomia, que significa a “perda” de parte do menisco. Existem três técnicas de sutura do menisco: Inside-out (de dentro para fora); Outside-in (de fora para dentro); e All-inside (totalmente por dentro). todas”.

Fatores prognósticos para as suturas de menisco:

1) Tempo decorrido da lesão;

2) Idade do paciente;

3) Local / Área da lesão;

4) Tipo / Padrão da lesão;

5) Se a sutura será feita em conjunto com a reconstrução ligamentar ou isoladamente.

No pós-operatório, existe a necessidade de restrição parcial da carga e do arco de movimento nas primeiras semanas, assim como aumenta o tempo de reabilitação e para o retorno as atividades esportivas. Quando avaliamos os resultados da Meniscorrafia, encontramos taxas de êxito e sucesso em cerca de 70 a 95% dos casos.

Quais as vantagens em suturar o menisco?

A preservação do menisco significa prevenção e retardar o desenvolvimento de artrose no joelho, pois a principal estrutura de absorção de impacto foi preservada.

Essa pode ser a diferença ao decidir operar seu joelho. Fazê-la com cirurgião que está acostumado a realizá-la, que possui o instrumental para isso e com experiência em Medicina Desportiva, pode fazer a diferença no resultado final do seu tratamento. Não só a curto prazo, mas também a médio e longo prazo.

Vale um questionamento: Será que estamos fazendo a melhor escolha para o nosso joelho?

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